terça-feira, 18 de março de 2014

O MONGE E O JORNALISTAPARTE III

FAMÍLIA LUNA EM AURORA CEARÁ, ANO 1948.


O MONGE E O JORNALISTA PARTE III.

SOBRE AS EPISTOLAS

O que dizia estas cartas dos dois religiosos com relação a este assunto, o redator entende que a monja foi uma seguidora do monge de forma plena, aberta, escancarada, uma discípula fiel, uma espécie de esposa espiritual fiel do monge, e isto, com certeza o jornalista sabia plenamente, mas, isto fere a vida de abnegação e entrega total aos princípios de fé a uma vida compromissada com o ideal cristão ou da regra bulada do mosteiro ou da alta integridade moral e religiosa da monja, o amor espiritualizado da monja feriu o aspecto ético da fé cristã ou dos votos feito pela monja para com a Santa Igreja de Roma, não, em nada fere, pois é até louvável a monja admirar a vida do primo monge e principalmente de um prior do Mosteiro de São Bento Rio de Janeiro que teve uma vida de entrega total a vida monástica, e se o monge também teve um amor espiritualizado pela monja, isto fere a sua conduta moral religiosa, com relação a este assunto o redator que também pertence a  Ordem Santa Cruz- Penitente. Santa Igreja de Roma, com atuação na igreja rural, embora sem tonsura clerical entende que o amor espiritualizado está acima das convenções religiosas ou humanas, não é um patrimônio para julgamento humano, pois se trata de uma questão de fé, e neste terreno pode se supor que a monja era uma aliada constante no caminho da fé do monge para a purificação da fé tanto do monge, como da monja, a linha ai é dupla, mas isto não é o essencial, pois o essencial é que  o amor espiritualizado é totalmente diferente do amor definido pela literatura humana, o amor espiritualizado soa como algo divino como a perfeição, ou, como se julga a perfeição ?, o redator entende que a perfeição está livre do julgamento, ora os dois religiosos poderiam apenas buscar a aliança para contemplar o  sobrenatural o Deus trino de forma conjunta, o redator prefere entender que  o amor espiritualizado era direcionado pra este fim , embora os meios tenham deixado algumas dúvidas humanas, que podem ser Interpretadas como fraquezas humanas na arte de pensar, ficando o lado sagrado dos dois intocável, e isto o jornalista tinha conhecimento, pois a nota em nada feriu o lado sagrado, tanto do monge, quanto da monja.

Reconhecidamente o monge escreveu muitos livros e a monja era também uma escritora, já que seguia fielmente os passos do primo monge. Infelizmente o redator ainda não procurou informações sobre a vida monástica da monja, não por falta de interesse, mas por falta de condições financeira, porém, se fosse oferecida condições financeiras ao redator ele faria a pesquisa completa sobre a vida destes dois religiosos, com certeza não. Por que? - Porque toda linha de correspondência entre os dois religiosos com certeza foi espiritualizada e em nada acrescentaria ao redator ter ou não este conhecimento, pois se trata de uma conhecimento de integridade de fé monástica, escolhido  livremente pelos dois que viveram intensamente este momento na vida terrena, numa entrega total, abnegada e comprometida com a fé católica, fé plena, incondicional, de uma pureza do intimo do ser, e a história mostra que em questão de fé o que menos importa é a fundamentação histórica. Pois a fé é uma ligação entre o mundo material e o mundo espiritual e está acima do julgamento humano. Mas a fé de um ser humano pode servir para atentar contra a vida do outro que professa a fé em outro prisma espiritual, em outro ser, sobre isto o redator entende que todo material de literatura religiosa deve ser confeccionado em benefício da espécie humana como um todo, e que de fato, o redator não acredita que  um livro  que professa a fé seja algo para dividir a heterogenia social, e por que tem tanta desagregação com relação as questões de fé, as famosas Guerras Santas, o redator entende que  todo livro sagrado enquanto uma fonte de pregação doutrinal é uma ferramenta para a unidade social, compreende ainda que estes livros  são de inspiração, logo são livros inspirados, e ai começa o problema, pois muitos fiéis  seguem ao pé da letra uma mensagem grafada e impressa no papel num contexto que fisicamente leva a ser aquilo que o fiel pensa que é, pois o que é está escrito no livro o que o fiel encontra grafado no livro é o que ele diz porque ele da testemunho do que leu e o que leu ele pensa que é a verdade pura e dentro desta verdade pura que ele penso ser; pratica muitas iniqüidades baseado naquilo que está  escrito, como o redator vê isto, o redator entende que o filtro da relação entre o que esta escrito e o correspondente na interpretação da ação da grafação para a realidade deve ser nos aspectos que causa controvérsia, uma luz para  uma interpretação pessoal, cabendo aos dirigentes religiosos procurar fazer uma exegese que beneficie a unidade social do ser humano, pois ao contrário, a leitura não pode ser considerada como inspiração divina, como se pode fazer uma leitura  de um texto sagrado que a luz do leitor prejudica  boa parte dos seres humanos e dizer  que é vontade de Deus, Deus não pode ser um condutor do mal para o rebanho humano, quando isto estiver claro para alguém, é porque Deus já não está lá, com certeza Deus não está nesta fonte,Deus não é esta fonte; pois a palavra de Deus será sempre luz do mundo e não luz das trevas para as trevas humanas.

SOBRE A NOTA DO JORNALISTA

A Luz, a nota do jornalista é uma fonte para as trevas ou para a luz,? Sendo o jornalista, o que de fato foi, um irmão por opção, um companheiro, um amigo leal, a parte espiritual que alimentava a vida do jornalista, a nota foi apenas um desabafo de uma ligação forte para uma história que não quer calar, pois que outro modo o  jornalista teria para expressar esta aliança espiritual selada nos umbrais do tempo e do espaço ou com a cola da perfeição, perfeição porque ? Ora, se o jornalista ao desenlace carnal do monge tivesse feito uma crônica póstuma viciada nos famosos elogios seria chover no molhado, pois era uma exposição pessoal  esperada pela unanimidade social, o jornalista estaria falando para os ouvidos dos que esperava ouvir, a mediana do inconsciente coletivo, do senso comum, era um amigo se despedindo de outro amigo seria um Adeus ao monge, mas o jornalista não se despediu do monge, apenas pontuou uma problematização sobre a vocação monástica do monge, sem prejuízo para a vida consagrada do monge. Se o jornalista tivesse feito uma apologia à vida monástica do monge de forma endeusada a nota seria esquecida no outro dia, jamais seria um fato histórico, no máximo seria um fato social, ou mesmo pessoal, ora, pelo que se supõe o jornalista também era um grande empresário, um homem sublime, de uma conduta sublime, que nunca questionou a ordem sublime das etapas do processo monástico do cotidiano do monge, pois   a nota, apenas questionou a força basilar para a vocação do monge e nunca as etapas posteriores na sua convivência  de entrega ao mosteiro São Bento Rio de janeiro, ou seja,  as etapas seqüenciais do rito monástico, ou sublime rito, não foram questionadas pelo jornalista, logo, a parte sagrada do monge não foi questionada, nem tão pouco foi exposta;  talvez o próprio jornalista empresário nem  chegou a pensar em tal possibilidade dada a  cola espiritual que unia os dois ou seja: o monge e o jornalista empresário, - por quê? Segundo o redator a nota foi um grito de alerta para a existência da cola espiritual entre o jornalista empresário e o monge escritor, só, somente só.     

Trabalho em elaboração pelo professor Luiz Domingos de Luna sobre a vida dos primos monges ( Ana Grangeiro  Chaves e Salustiano Grangeiro de Luna )Email: falcaodouradoarte@hotmail.com