terça-feira, 18 de março de 2014

O MONGE E O JORNALISTA - PARTE IV.

FAMILIA LUNA EM AURORA CEARÁ,ANO 1948.



O MONGE E O JORNALISTA PARTE IV.

O AÇO ESPIRITUAL DO MONGE – D. JOAQUIM GRANGEIRO DE LUNA.

Qual era mesmo o objetivo do Menino Caipira, após a doutrinação do seu mestre José Teles Marrocos? Entendo que o fragmento amoroso químico material existente, diante da impossibilidade do intimo do ser do caipira ao reconhecer a sua fragilidade na sua história de vida e na jactância da moça rica em não calar, ou não tentar calar a sociedade barbalhense, ou mesmo, diante da omissão verbal por parte do que ela achava sobre o abismo econômico entre os dois, gerou no monge uma espécie de vaidade espiritual, pois o silêncio da moça rica era o combustível para que o boato ganhasse força e forma no seio da sociedade barbalhense, o que, já por antecedência, a moça rica  teria a sua vitória  preconizada pelo valor material que ela  possuía,  o parentesco foi tungado na história,dada ao silencio da moça rica, silêncio separador, silêncio, o poder do silencio de quem pode silenciar, silêncio perfeito silencio, conveniente. Silencio, poderoso silêncio. Mas a moça rica calou para deixar o primo pobre e amado, futuro esposo, cair ardendo nas garras das línguas ferinas da sociedade barbalhense que encontrou um meio fértil para discutir a questão do poder material e do poder do nada material; a moça rica tinha a noção do estrago que ela estava fazendo para ela  mesmo, o redator entende que não, o redator entende que à ótica barbalhense o simples fato de dizer que a moça rica era prima do monge pobre já era o suficiente para honrar a dignidade moral do futuro monge. Ela creditou a segurança futura da ligação amorosa ao principio “amo o meu primo pobre que me ama”, num raciocínio simples, mas desprovido de colunas racionais, característico de pessoas que vivem o esplendor da adolescência, uma afirmação totalmente emocional, mas quando tudo foi acompanhado passo a passo pela sociedade barbalhense, e com a interferência do professor Marrocos, a moça rica se subtraiu à sociedade barbalhense e buscou o homem que ela tinha perdido; ai sim ela lutou,  lutou bravamente pelo homem que ela amava de verdade, como pode  ? tanto silêncio  desperdiçado para tanta garra e determinação   na ação cotidiana continuada, o que pensa o redator ?, Entendo que  o silencio da moça rica fez parte de uma gestação familiar  planejada, calculada milimetricamente, e que a moça rica ao ser despertada por alguma mestra, começou a entender a forma desconexa de seu casamento e rumou desesperadamente para salvar o seu casamento,  realmente conseguiu, embora de forma espiritualizada, o que, para o redator não teve nenhum prejuízo na constância firme do seu ideal. O que o redator tem de fundamentação histórica sobre esta ligação espiritual entre o monge e monja, nada, mas em trabalho de campo quando da pesquisa da Àrvore Genealógica da famílias Luna,  os entrevistados da época foram unânimes em dizer que durante as pregações do monge ele sempre dizia da inconveniência de casamento de primos com primas, ou parentes com parentes e a justificativa era que a sobrecarga genética hereditária poderia gerar filhos doentes ou deficientes, nisto, tenho que reconhecer que antes da pregação já existia muito parente com o mesmo nome dado à integração matrimonial na própria família, este alerta com certeza evitou a hegemonia genética do patrimônio familiar, porém, o redator acredita que além desta hegemonia familiar tinha um componente a mais, pois talvez ele tivesse sido vítima de algo que ele mesmo tenha vivido e, quem sabe? Talvez também ele tivesse conhecimento de algum prejuízo na relação cotidiana de dois parentes próximos e que não foi uma boa experiência, ou algo que ainda está para ser revelado, são questões muito delicadas e prováveis que somente o monge sabia, tinha conhecimento pleno sobre o assunto.


O AÇO ESPIRITUAL DO JORNALISTA.

 Pelo exposto o jornalista também tinha um certo receio em tratar o assunto, pois segundo o redator o jornalista empresário fez questão de mencionar que a moça rica era prima do menino caipira, isto de fato deve ter dado um charme especial para a notícia bomba, pois quem iria desprezar um casamento com um primo pobre apenas porque ele é pobre? Ou seja, a pobreza é maior do que o laço sanguíneo, a pobreza despreza o parentesco, substitui o parentesco quando se é pobre, indiretamente o jornalista fez a pergunta que parentesco é este? Que família é esta? Além é claro do pacto que ambos já havia feito logo a elaboração do pacto tinha uma fundamentação muito lógica, pois abraçar este conteúdo familiar seria, uma espécie de alerta, cuidado, pois se ficar pobre ficará sem origem, é uma espécie de ultimato que mexe com uma força que amedronta qualquer um, que é a grandeza do tempo, assim, ninguém desta linhagem familiar tem o direito de ser pobre, pode ser pobre, contanto que não seja parente do rico, seria negar a sua própria origem, quem tem essa coragem de ao não conseguir segurar a grandeza patrimonial entrar no esconderijo perpétuo do anonimato pleno, dento do próprio seio familiar.
 
Trabalho em elaboração pelo professor Luiz Domingos de Luna sobre a vida dos primos monges ( Ana Grangeiro  Chaves e