domingo, 20 de fevereiro de 2011


Luiz Domingos de Luna*


A Cela do existencialismo dos seres humanos é inexorável. A inteligência em projeção pouco, ou nada tem feito para outros dados amostrais da arte do existir. A busca de fundamentação teórica dos componentes químicos para a composição da existência somente consolida a tela da fortaleza da prisão, pois em nada acrescenta ao substrato de outras formas de se fazer presente no panorama permeado a todos, vez o estudo do passado, seja como principio ativo ou não, o processo culminará sempre com a realidade do agora.
A filosofia tem se debruçado sobre a justificativa para a devoradora de vida no planeta terra – Na verdade, a peregrinação epistemológica tem sido mais para a justificativa da morte, dificilmente, se encontra uma escola filosófica para um estudo sério de como vencê-la, a ciência pouco tem feito para derrotar esta assassina de vidas. Dessa forma até parece que a morte é soberana é algo que está acima da compreensão humana. O reinado da morte parece ser eterno.
A morte de fato não derrota ou devora a vida, mas sim, apenas limita, pois a sobra da morte, a história, que a seqüência forma a epistemologia genética da humanidade que é base para a civilização humana.
O Problema nasce quando a vida é estudada como a variável e a morte como a certeza, quando de fato deveria ser o contrário, a vida como certeza e a morte como variável, isto acontece porque a humanidade se curva a inferioridade de uma existência perecível, ou seja, o presídio é concreto, vive em todas as abstrações dos humanos e sempre é vencedor, sendo a morte a heroína que fecha qualquer ciclo vital.
A solução se torna inatingível, pois tanto a inteligência quanto a ciência qualifica este caracteres como parte do Carrossel existencial, pois, a falta de uma forma diferenciada de existir faz sempre a vida no encaixe do tempo: passado, presente e futuro, até hoje esta fatalidade tem sido uma constante na vida dos seres vivos no planeta ainda azulado.
A desfragmentação da existência em outros patamares é base a libertação do homem, se não existe espaço dentro da lógica real, palpável, ou do alcançável, que seja oferecido novos modelos existenciais, se esta possibilidade inexiste dentro do campo racional do existencialismo que se busque uma ferramenta para tal fim, assim, a fé será sempre um caminho de Luz.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora - Ceará.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Aurora (CE), Origens do núcleo urbano

Aurora-(CE), Origens do Núcleo Urbano
Transcrição do Livro: Aurora História e Folclore do escritor Aurorense Amarílio Gonçalves Tavares-IOCE, 1993 P 12, 13,14.

Em meio aos historiadores, existe certa controvérsia sobre a fundação e o fundador da cidade cearense de Aurora. A povoação que deu origem à cidade propriamente dita e que, primitivamente, se chamou “venda”, teve origem na antiga fazenda “logradouro”, do Padre Antonio Leite de Oliveira, a qual por sua morte ficou pertencendo aos herdeiros, Alferes João Luiz Tavares e Davi Cardoso dos Santos. Segundo a tradição, o arraial teria sido fundado por Francisco Xavier de Souza, cearense de Aracati, que, tendo chegado à região por volta de 1831, casou-se com Maria dos Santos Xavier...
A denominação de “Venda” prende-se ao fato de que, precisamente no local da Aurora Velha, existia antigamente uma taberna de comestíveis e bebidas, cuja proprietária teria sido uma mulher Chamada Aurora. A Venda era estratégica para pousada e reabastecimento, colocada à beira da estrada que do Icó demandava o Cariri...
“Quando a “Comissão Científica de Exploração de Exploração” por ali passou, em 1859, integravam o povoado a capela de São Benedito e as casas adjacentes, ou seja, a” Aurora Velha. Da referida capela, que se erguia entre o rio e a estrada, restam o sino, que se encontra na igreja Matriz, e duas imagens: Uma do Senhor e outra de Nossa Senhora dos Remédios, estando à primeira na igreja matriz e a segunda numa sala do Hospital de Aurora.
Quando ao padroeiro Menino Deus, da matriz de Aurora, a primeira imagem era de gesso e veio da França. A Atual, que se acha no altar – mor, é de madeira e foi esculpida em 1954, por um escultor português, de nome Joaquim de Souza, residente no Rio de Janeiro.
Próximo da Igreja Matriz, pelo lado esquerdo, ainda existe o sobradinho que o Cel. Xavier mandou edificar em 1831, no qual residiu até mudar-se para o Crato, onde faleceu em 1847. Quando ao sobradinho – Primeiro prédio ali construído – é curioso observar o seguinte: As linhas, caibros e ripas são de cedro, e os pinos com que pregavam as ripas são de pau darco. As tábuas do soalho, medindo 19 palmos de comprimento e meio de largura, também são de cedro, tendo sido essa madeira tirada nas proximidades, entre o cemitério e o rio, numa evidência de que era sobremodo rica a flora da região.
Transcrição feita por Luiz Domingos de Luna. Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora – Ceará.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aurora, um presente da igreja

Aurora, Um presente da Igreja
Luiz Domingos de Luna*

Desfraldando com um facão rabo de Galo, com a batina Moída pelo tempo, nos araçás ainda úmidos na boca quente, os sabiás pulavam de galo em galho, a aurora boreal a registrar o momento, Na manhã de 1825, O cedro, as carnaúbas, os marmeleiros, na brisa da paisagem, a cruz deslocada aos pioneiros, dos irmãos lazaristas, aos missionários, a primeira cabana é erigida, na verdade uma capela, ou mais precisamente, um oratório de um padre, um penitente.

A Contemplar a seara da Messe aos olhares atentos de seus irmãos, seus amigos, familiares e parentes. A Chama de uma lágrima floresce na face daquela fisionomia sofrida e retorna a terra que feliz fica ao ver aquela forte figura cadavérica entregar os pontos, do pensar para o alto, e fazer a ligação entre o humano e o divino.

Sob as palhas do oratório, na prensa de uma cabana, com o cheiro forte da celulose, parava a ciclose e começava missa, batizados e casamentos. A Igreja entrando nas matas, virgens, nuas, e ecológicas ao som do maestro natural de Crato a rumar sertão adentro o ouvir ainda, do Rio Salgado, potável nas águas, a riqueza de uma região em andamento.

O Padre a ouvir a cantilena, de uma sobrinha não contente, haja preces, e mais preces ao casamento, da primeira devota do Menino Deus - Maria Leite dos Santos, no choro da estola aos pés do padre Antonio Leite de Oliveira, a súplica de uma irmã da fé, nascia, naquele momento, pois, em lágrimas rogava e pedia que se um esposo encontrasse, em um tempo ou a um só templo um oratório ergueria.

Do Aracati ao Crato, um tropeiro conduzia, uma condução de burros, todos paramentados na estrada que trazia, nos juazeiros do Cariri, uma nova estrada surgia, na fatiga da poeira da estrada, na orla de um rio parava, o príncipe dos sonhos de Maria.

Quando um burro se afogava, Francisco Xavier de Sousa, gritava, som que penetrou nos suave auvidos de Maria, acudira com precisão, mais no calor da emoção, enquanto o burro saia, o olhar penetrava, o véu ao chão caira, força de uma seta, talvez fosse uma reta, o coração dos dois jovens em calor se ebuliram.

Numa casa de taipa, uma tapera, uns fachos aos jogos e folguedos, o jovem gritava e aplaudia, eram gritos de derrota e de vitória que o jogo lhe trazia, na verdade uma grande paixão, que nasceu no rio e na mesa de Maria.

O Padre que conhecia a história e as preces de Maria, lembrou de seu juramento, já foi falando em casamento, que foi um contentamento para os dois que admirados lhe ouviam.

Assim nasce o oratório do Menino Deus, todo ornamentado, simples e bem cuidado pelo amor de Maria.

De Francisco Xavier da estrada o seu estado, um lindo sobrado, pensava, as posses de sua esposa a obra construía em 1831, A Fazenda logradouro seu oásis possuía. Da fazenda para a venda uma nova história nascia, pois no grito de Paulinho Nogueira, na soleira do sobrado o nome Aurora surgia. A Velha história se esconde, pois a cratense Aurora Leite Teixeira dá um basta à hipocrisia, revelando o seu romance com o coronel que na rua da vala nascia, um amor que não podia, assim veio para a venda, ergueu também uma capela, criando uma contenda, nasceu logo uma desavença entre sobrinha e tia.

O Padre sabiamente, delimitou bem ligeiro, a área de atuação, destas duas heroínas uma ficou o nome a outro o padroeiro.

O Tempo jogado no espaço a esperar um luzeiro, em novembro de 2009 José Cícero é o obreiro, na secretaria de cultura, num passo firme e certeiro, ao consultar o estado, que foi muito hospitaleiro, finalmente na linha do tempo pisado, o sobrado é tombado, ao povo da Terra do Menino Deus é repassado e ao povo de Aurora agraciado com o seu primeiro prédio feito em alvenaria.
FONTE: CLIK AQUI http://blogdojuazeiro.blogspot.com/2011/02/aurora-um-presente-da-igreja.html