sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

HOTEL DOS VIAJANTES - MOVIMENTO DIÁRIO.

FOTO: MARIA ESTER LUNA PINTO  E VICENTE PINTO FERREIRA NETO.


No dia 01 de março, 1964, o casal Vicente Pinto Ferreira Neto e Maria Ester Luna Pinto acompanhando o desenvolvimento da Cidade de Aurora no Estado do Ceará, com foco a fluência dos passageiros na estação ferroviária da Terra do Menino Deus, tendo como epicentro de intenso tráfego- embarque e desembarque, quando muitos, dado ao horário rígido e preciso dos trens de passageiros ficavam a vagar na longa espera para no dia e horário previsto adentrarem ao seu destino determinado.

Os usuários do trem quando da parada em Aurora  passavam por um verdadeiro calvário, visto não existir na cidade um ponto de apoio, de integração, acolhimento e de descanso para a fadiga das longas viagens no transporte ferroviário.

Sendo conhecedor do desconforto dos passageiros em Aurora, o casal depois de longas reflexões, e sempre em Oração, numa verdadeira oblação, ou gesto de entrega total ao bem estar do outro, mesmo sabendo que o outro é um desconhecido, um viajante, resolve criar o Primeiro Hotel da Cidade de Aurora, Titulado: Hotel dos Viajantes, para que o acolhimento aos viajantes onerados pela fadiga e pelo cansaço não fosse algo tão somente voltado para o mundo mercantil, o Casal mais uma vez passando por cima do preconceito, de qualquer preconceito, decide transformar sua residência no bairro Araçá na cidade de Aurora numa casa de apoio a todos   indistintamente, não somente na parte material, mas, essencialmente no apoio espiritual, assim Maria Ester Pinto Luna, conhecida como D Maristela Luna de Aurora começa a sua missão, pois “ da vivência do testemunho de vida de si própria, priorizando as virtudes, principalmente a da Caridade, com lições de vida simples mais carregadas de grande significação para um apostolado  de servir ao próximo” sem esperar retorno, sem nunca perder o  foco de prestar serviço aos desvalidos, aos pobres, aos excluídos, chegando inclusive a ser repreendida por muitos de que “ ao agir desta forma ela iria terminar de esmolas,” pois tudo que ela tinha ela dividia com a comunidade, sem a preocupação exagerada com o dia do amanhã, porém, de fato, ela com esta política existencial altruísta,  de amor a próximo,   de ajudar sempre, de estar a serviço do outro, como uma provação  característica dos eleitos, realmente passou por  algum tempo por privações econômicas bem  dolorosas, confirmado assim, a língua  ferina de alguns que “ a sua bondade ajudava aos  outros, mas prejudicava a si e a própria  família” assim o pensamento mercantilista se sentia plenamente realizado pelos amantes do poder material.

Diante desta situação de descompasso entre o mundo Material e Espiritual.

No dia de 01 de janeiro de 1975,  Maria Ester Pinto Luna,  D. Maristela Luna de Aurora, exaurida economicamente, depois de três dias abraçando e se despedindo  dos excluídos da sociedade, dos pobres e oprimidos num verdadeiro vale de lágrimas, pois o sofrimento era duplo, sofria ela e sofria os pobres de  Aurora; enfim parte para o Estado de São Paulo, mas com a mesma convicção de estar sempre a serviço do outro sempre.

Chegando a São Paulo com a iluminação divina, ou mesmo um chamando dos eleitos, constrói uma belíssima casa no Jardim Maristela no bairro do Ipiranga, não como uma casa ou mansão  para  abrigar a si e a sua família, mas sim para dar guarida e apoio aos Aurorense quando visitam a terra da Garoa.

Luiz Domingos de Luna Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente e Bezerra. Email: falcaodouradoarte@hotmail.com

Este texto teve a participação da Empresária Paulista Dra. Marina Colombo.