FOTO: MARIA ESTER LUNA PINTO E VICENTE PINTO FERREIRA NETO. |
No
dia 01 de março, 1964, o casal Vicente Pinto Ferreira Neto e Maria Ester Luna
Pinto acompanhando o desenvolvimento da Cidade de Aurora no Estado do Ceará,
com foco a fluência dos passageiros na estação ferroviária da Terra do Menino
Deus, tendo como epicentro de intenso tráfego- embarque e desembarque, quando
muitos, dado ao horário rígido e preciso dos trens de passageiros ficavam a
vagar na longa espera para no dia e horário previsto adentrarem ao seu destino
determinado.
Os
usuários do trem quando da parada em Aurora
passavam por um verdadeiro calvário, visto não existir na cidade um
ponto de apoio, de integração, acolhimento e de descanso para a fadiga das
longas viagens no transporte ferroviário.
Sendo
conhecedor do desconforto dos passageiros em Aurora, o casal depois de longas
reflexões, e sempre em Oração, numa verdadeira oblação, ou gesto de entrega
total ao bem estar do outro, mesmo sabendo que o outro é um desconhecido, um
viajante, resolve criar o Primeiro Hotel da Cidade de Aurora, Titulado: Hotel
dos Viajantes, para que o acolhimento aos viajantes onerados pela fadiga e pelo
cansaço não fosse algo tão somente voltado para o mundo mercantil, o Casal mais
uma vez passando por cima do preconceito, de qualquer preconceito, decide
transformar sua residência no bairro Araçá na cidade de Aurora numa casa de
apoio a todos indistintamente, não
somente na parte material, mas, essencialmente no apoio espiritual, assim Maria Ester
Pinto Luna, conhecida como D Maristela Luna de Aurora começa a sua missão, pois
“ da vivência do testemunho de vida de si própria, priorizando as virtudes, principalmente
a da Caridade, com lições de vida simples mais carregadas de grande
significação para um apostolado de
servir ao próximo” sem esperar retorno, sem nunca perder o foco de prestar serviço aos desvalidos, aos
pobres, aos excluídos, chegando inclusive a ser repreendida por muitos de que “
ao agir desta forma ela iria terminar de esmolas,” pois tudo que ela tinha ela
dividia com a comunidade, sem a preocupação exagerada com o dia do amanhã,
porém, de fato, ela com esta política existencial altruísta, de amor a próximo, de
ajudar sempre, de estar a serviço do outro, como uma provação característica dos eleitos, realmente passou
por algum tempo por privações econômicas
bem dolorosas, confirmado assim, a língua
ferina de alguns que “ a sua bondade
ajudava aos outros, mas prejudicava a si
e a própria família” assim o pensamento
mercantilista se sentia plenamente realizado pelos amantes do poder material.
Diante
desta situação de descompasso entre o mundo Material e Espiritual.
No dia de 01 de janeiro de 1975, Maria Ester Pinto Luna, D. Maristela Luna de Aurora, exaurida economicamente,
depois de três dias abraçando e se despedindo dos excluídos da sociedade, dos pobres e
oprimidos num verdadeiro vale de lágrimas, pois o sofrimento era duplo, sofria
ela e sofria os pobres de Aurora; enfim
parte para o Estado de São Paulo, mas com a mesma convicção de estar sempre a
serviço do outro sempre.
Chegando
a São Paulo com a iluminação divina, ou mesmo um chamando dos eleitos, constrói
uma belíssima casa no Jardim Maristela no bairro do Ipiranga, não como uma casa
ou mansão para abrigar a si e a sua família, mas sim para
dar guarida e apoio aos Aurorense quando visitam a terra da Garoa.
Luiz
Domingos de Luna Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor
Vicente e Bezerra. Email: falcaodouradoarte@hotmail.com
Este
texto teve a participação da Empresária Paulista Dra. Marina Colombo.