domingo, 25 de julho de 2010

Ingazeiras aos olhos do mundo

Luiz Domingos de Luna*
Nos umbrais do espaço tempo, já conhecida no oco do mundo, ao bloco congelado de uma história esquecida. Celeiro do cinzel, pincel do menestrel das artes plásticas, do fluxo do cotidiano ao estilo abstrato, na poeira do esquecimento de outrora, a lâmpada do gênio, duas vidas que na vírgula do tempo, o mistério dos remansos gira nos acordes da cítara no baile existencial – Aldemir Martins.
Da viola, pandeiro e violão, música brega, sertaneja, do xaxado ao samba canção ao gosto do ritmo, misturas em audição, na grandeza de um menino, ganha o forró nordestino uma nova versão – Alcimar Monteiro é também filho do nordeste, de ingazeiras, que também, é palco luz da criação.
Quando a caatinga foi devorada ao som do apito do trem, no dia 08 de dezembro 1923, sob o manto da mãe protetora – A Padroeira N.SRA Conceição- recebe pela primeira vez a máquina do progresso e do desenvolvimento – O trem.
Enquanto a fumaça da locomotiva teimava em voltar para a capital alencarina, gritava com os braços abertos as margens do salgado, ainda na bruma fresca, do cheiro potável da água salgadina, em fluidez, o grito de apelo, aos inúmeros artesãos, pintores e músicos, na seara da mistura entre o mundo material e espiritual, uma fonte jorradora ao cariri, ao sertão, ao Nordeste, sua linda aquarela, ao oco do mundo, materializar – Ingazeiras a musa de sempre no sul do Ceará, na curva do tempo, a qualquer momento, na constelação do cariri um estrala à brilhar.
(*) Professor- Aurora - Ceará
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