ARTIGO: O Cariri não é terreiro
Por Luiz Domingos de Luna*
Quem retornar ao cariri cearense após um longo período de ausência, verifica que a região deu um salto de crescimento afirmativo em todo o seu tecido geográfico, permeando em toda conjuntura um progresso notável, desde o menor ponto etnográfico ao maior. Esta força acelerativa é uma constante na história deste berço sul cearense que pulsa vivo e vibrante no estado do Ceará.
Porém, esta visão positiva, geralmente, é privilegio dos que aqui retornam. Por que esta realidade não é naturalizada no seio da região do cariri ? O Caririense é norteado em referencial, vive no referencial, em torno dele, em função dele; assim, automaticamente, se forma no consciente coletivo uma força gravitacional forte, tão intensa que faz surgir uma nova galáxia, onde ao redor do referencial giram todas as urbes, e, todo processo de desenvolvimento, enfim, o mesmo, passa a ser um sol e os demais pontos iluminados que precisam da luz deste sol.
Esta realidade hipnótica naturalizada no seio da sociedade caririense é um vácuo muito forte e que pode gerar o efeito das borboletas que de tanto buscarem a luz terminam em função desta, perdendo o seu poder de preservação existencial.
Creio que nós não precisamos viver, nem tão pouco criar paralelos para o nosso padrão de crescimento afirmativo, o importante é verificar a grandeza de cada urbe, a sua história, a sua trajetória no potencial de si, em relação a si mesma, afinal, nós não somos terreiro de ninguém, salvo de nós mesmos, e de nossa história que com certeza é engrandecedora e que merece todo nosso apreço, admiração e respeito.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora.
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FONTE:http://www.antonioviana.com.br/2009/site/lista_busca.php?nome=Luiz+Domingos+de+Luna&grupo=2&x=12&y=8