segunda-feira, 20 de julho de 2015

ARTE ACADEMIA - BOA FORMA E VIDA SAUDÁVEL EM AURORA.



VICENTE AQUINO FIGUEREDO E LUIZ DOMINGOS DE LUNA

 INSTRUTOR ALDO SANTANA EM  EXERCÍCIO MATINAL




Na década de 1990, o Senhor Vicente Aquino de Figueredo verificou o grau de sedentarismo por que passava a sociedade aurorense, com a existência de um grande número de  adolescentes obesos, jovens sem práticas de exercício e, por último, adultos sem prática de fomento ao bem estar corporal.

No ano de 2000, Vicente Aquino de Figueredo foi a Capital do Estado do Ceará, Fortaleza, conseguiu algumas máquinas de alongamento físico, para, de forma pioneira, instalar a Arte Academia na sua querida cidade de Aurora – Ceará.

O Empreendedor com visão ao bem estar Físico Motor do povo de Aurora, implantou a Arte Academia no dia 07 de Setembro,2000 a rua  Cel Xavier, nº 179 – Centro – Aurora – Ceará; tendo como instrutor Aldo Santana, com funcionamento nos três turnos. Telefone de contato 999016548.

No ano de 2015, quando a Arte Academia completou seus 15 anos debutando na passarela do bem estar do povo aurorense, Vicente Aquino Figueredo instalou uma filial da Arte Academia na rua Cícero José do Nascimento no Bairro Araçá, tendo como instrutor o jovem Antonio Sousa, com funcionamento também nos três turnos.

Luiz Domingos de Luna – Redator. Email: falcaodouradoarte@hotmail.com

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TEXTO 02*

POR  QUE PRATICAR ESPORTES ???

Uma pessoa fisicamente em boa forma, goza, geralmente de uma melhor visão do mundo, de maior autoconfiança e quase sempre executa bem qualquer coisa que o seu talento e ambição a impelem a realizar.

O Condicionamento físico proporciona uma série de benefícios para o corpo e uma grande paz para o espírito, principalmente, no caso de pessoas tímidas e reprimidas, os exercícios trazem alívio para a mente, pois, liberam tensões psicossomáticas reprimidas.

Estar em boa forma física não significa comparar-se as um atleta olímpico, mas, encontrar um nível ideal de treinamento que permita alcançar e permanecer no máximo bem estar.

A prática de esportes e de exercícios físicos como hábito de vida  é mais do que uma moda: uma necessidade física mental e emocional.

Adotar uma rotina de exercícios como prática diária é, provavelmente, a melhor atitude para manter a forma e a saúde. O coração, pulmões, circulação, músculos, ossos e até mesmo o estado metal irão se beneficiar. 

Surtos eventuais de intensa atividade física não trazem benefícios a longo prazo para a saúde, é muito mais importante fazer exercícios como rotina, do contrário não é possível conservar a forma.

BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE ESPORTES E EXERCÍCIOS REGULARES

*Aumento da capacidade pulmonar melhorando a capacitação de oxigênio; O coração trona-se mais eficiente melhorando a circulação do sangue no organismo

* Mantém e aumenta a mobilidade das articulações, reduzindo e melhorando a flexibilidade.

* Melhoria da coordenação motora.

*Melhoria da qualidade do sono.

* A prática desportiva beneficia a atividade e a estabilidade mental.


(*) O TEXTO 02 foi escrito pelo proprietário da Arte Academia da cidade de Aurora Ceará; Vicente Aquino Figuerêdo.




domingo, 24 de maio de 2015

AURORA DAS LACUNAS NOMINADAS.

FOTO: CENTRO DE AURORA - FONTE: FACEBOOK - GRUPO SOU AURORENSE.
 A cidade de Aurora no Estado do Ceará sempre teve um senso de identidade social muito forte, na verdade a ideia da identidade social, cultural, histórica, literária, política, musical,religiosa, sempre permeou o imaginário dos aurorenses, o que de certa forma gera um grande paradoxo, pois os nomes dos agentes que construíram a nossa rica e diversificada história, sempre estiveram presentes na linha do inconsciente coletivo, porém sem o devido aproveitamento por parte da edilidade pública. Pois senão vejamos:

Ativistas culturais nascidos da expressão viva de nosso povo, que poderiam muito bem dar nome a ruas, avenidas, logradouros, bairros, instituições, prédios públicos, conjuntos habitacionais dormindo no  marasmo do esquecimento. Como: O Deputado Zé Gomes criador primeiro, de nossa Feira aos dias de Sábado, fonte de desenvolvimento de nosso comércio Local.  O conhecido Enoque Pintor e seu irmão Fuxico,  expressões que  deram Aurora por muitas décadas, o parque de lazer  ao cotidiano dos aurorenses, bem como a popularização de nossa cultura e nossa arte com belíssimos quadros e pinturas que identificaram uma época, pontuando de forma precisa o espaço tempo dos Aurorenses.

No Setor religioso:

Padre Francisco França – idealizador primeiro, do Açude Cachoeira hoje o único e principal reservatório de água que abastece a cidade de Aurora.

A Santa Popular de Aurora – Mártir Francisca, referência de nossa unidade religiosa popular – que sem sombras de dúvidas dá o espaço maior a liga de união dos aurorenses,  na constituição de nossa religiosidade popular.

Tenente Miguel Fernandes Leite, que foi o primeiro maestro a atuar na primeira Banda de Aurora já, com os acordes e produção musical toda baseada na linguagem musical oficial, onde em partituras oportunizava ao alunado a conhecer a vasto mundo musical das orquestras, sendo inclusive, o criador do primeiro hino de Aurora, que, infelizmente dorme no esquecimento pleno.

O Maestro Esmerindo Cabrinha da Silva que criou uma Escola de Música por muitos anos, que justiça seja feita, hoje os seus alunos permeiam nos mais diversos campos da Música com brilhantismo, nos mais distintos cantos do meu querido Brasil.

Claro que A Cidade de Aurora hoje, cresce a passos largos, pois lugares que até bem pouco tempo atrás era mata virgem, hoje são bairros bem elaborados, iluminados, com saneamento básico e toda uma estrutura que envaidece a terra do  Menino Deus.

Assim, creio que chegou a hora de se fazer uma memória histórica viva para nominar com esmero este pavilhão de crescimento afirmativo por que paira a cidade de Aurora no Estado do Ceará.


Luiz Domingos de Luna.

domingo, 10 de maio de 2015

40 ANOS DE COLÉGIO PAROQUIAL – 1976- 2016- AS ÁGUIAS NO VÔO DO TEMPO – NOSSA HISTÓRIA, NOSSA MEMÓRIA.

COLÉGIO PAROQUIAL SR MENINO DEUS - AURORA- CEARÁ.
Belém, Belém, Belém a sineta tocou, Dona Nazaré Freire deu o sinal, na porta da frente entravam as meninas, na porta lateral os meninos, em fila a reza, o canto do Hino Nacional, haja discurso e mais discursos, Padre França, Zezim Gonçalves, professor Agostim, e lá pelas tantas Dr. Bastim com a sua retórica brilhante foi logo falando da parábola da águia e da galinha era a manhã do dia 1º de março do ano de 1976, eu não entendi nada, nem sabia quem era a águia nem tampouco a galinha. Depois da vistoria das fardas, sapato, meia, cor, tamanho, largura das saias das meninas, e haja vistoria, enfim todos para a sala.

Eu corri na frente, corri mesmo e sentei no primeiro banco, ao meu lado sentou-se a minha colega Eleusis Gonçalves, naquela época não existia carteira individual, depois de muito corre-corre todo mundo sentou-se.

Um minuto de silencio, um clima de interrogação pairava no ar, uma regra havia sido quebrada, se bem que uma regra costumeira, pois nada havia escrito sobre a regra, todos os meus colegas ficaram impressionados com a quebra da regra, o meu colega Aderbal Alves gritou logo! - Luiz Domingos e Eleusis vão sentar no mesmo banco e ninguém diz Nada ? -

Eleusis perguntou qual é o problema se eu escolhi sentar a lado de Luiz Domingos ? Aderbal Alves “disse Nega velha não fica com raiva não é que eu não sabia que podia sentar com uma mulher ao lado”- eu pensava que era proibido, no que Eleusis retrucou "se era proibido agora já não é mais".

O Aderbal falava isto porque ele namorava com a minha colega Margarida que também era nossa colega e, na verdade, o Aderbal queria sentar ao lado de sua namorada Margarida.

O imbróglio, começou logo cedo, lá vem dona Nazaré Freire para separar o Luiz Domingos de Eleusis, dona Nazaré Freire disse que era norma “homem sentar com homem e mulher com mulher, sentar homem com mulher não era bom para a norma da escola”.
 Eleusis retrucou: "traga a norma que diz isto que eu saio". Dona Nazaré foi buscar a norma e ainda hoje deve estar procurando a norma que nunca existiu de fato e de direito.

E assim, ficou na frente Luiz Domingos de Luna e Eleusis, atrás imediato Aderbal Alves e seu irmão Aldenor Alves, no atrás imediato Francisco Djalma de Oliveira e Raimundo Sávio Tavares, no atrás imediato Paulo Roberto Quezado e Paulo Macedo e quem quiser que complete a turma, pois o espaço é pequeno para tanta gente.

Entrou Dr Bastim,saudou a turma e gritou  de forma amigável, “e o meu afilhado vai sentar ao lado da jovem Eleusis “– ai eu respondi, sim padrinho Bastim é que eu tive pensando em sua parábola e entendi que eu sou a águia não tenho vocação para ser galinha.

Dr Bastim riu muito e jogou fora a bituca do cigarro e haja um show de matemática pura, matemática pura e aplicada, tocou,mas a aula foi continuada o homem sabia uma matemática e tinha uma didática tão fluente que na verdade ele brincava com matemática e, assim se seguiu durante uma semana, todo mundo triste, e haja tristeza, eu já estava ficando amarelo de tanta tristeza, pois não conseguia acompanhar o raciocínio de Dr. Bastim, assim, no intervalo fui consular o gênio da Sala Francisco Djalma de Oliveira.  –

-Djalma você está entendendo  alguma coisa de matemática – Ele respondeu mais ou menos, consultei o fera Raimundo Sávio Tavares também no mais ou menos e tava todo mundo no mais ou menos. 

A Eleusis minha colega de carteira, eu indaguei logo e ai Eleusis tá entendendo matemática? Ela pensou ou pouco e me perguntou você quer saber a verdade – Sim eu quero saber a verdade pura – ele respondeu com toda sinceridade – Luiz, eu não estou entendendo é nada, - como nada ? Se você é uma das mais inteligentes da turma.  -E você perguntou Eleusis -Eu ? –sim, eu fico sempre voando nas aulas de matemática. Pois quando tem aulas de matemática todos ficam voando. Assim entendi que todos os meus colegas eram águias – pois, na verdade todo mundo sabia voar bem nas aulas de  Dr. Bastim.

Na terceira semana o Dr Bastim teve que viajar para Fortaleza, todo mundo bateu palmas, pois seria uma semana sem aulas de matemática – um show, uma apoteose na verdade um alívio da dor de não poder aprisionar o conhecimento dado por Dr Bastim.

No final de Semana todo mundo  na ABA para comemorar uma semana de alivio de matemática – até discurso teve, ora foi criado logo a comissão de formatura que teve a frente a professora Aurineide Fernandes Peixoto, afinal nós éramos ou não éramos humanistas ? Ser humanista era ser o tal, visto em Aurora ainda não existir Ensino Médio- Científico.

Começou na ABA logo, outra confusão, pois uns queriam  festa o costumeiro  e outro excursão. Nomearam o Dep. Antonio Leite Tavares com o Patrono e o paraninfo Dr Plácido Leite Gonçalves o nome da turma foi dado a Aurineide Fernandes Peixoto que aceitou prontamente, era tudo festa, era tudo fantasia, tudo um sonho, na verdade, tudo uma forma utópica para esconder a matemática que ninguém sabia.

A Realidade: Na segunda feira na primeira aula todo mundo esperando  D. Nazaré para notificar a aula vaga ? Era uma festa plena – quando de repente, não mais que de repente entrou  o jovem acadêmico de Engenharia Elétrica Hilton Domingos para substituir Dr Bastim, sem muitas delongas o  jovem acadêmico colocou umas equações de matemática no quadro negro, o verde veio bem depois, e haja colegas meus diante da realidade pura, pura realidade, ninguém sabia  responder os problemas expostos.

O Jovem acadêmico, vendo a dor da turma e o vexame também, disse em  alto e bom tom  vou fazer uma avaliação dos conhecimentos de vocês e  fez uma prova com 10 questões, a Mana Macedo fez a pergunta que todo mundo queria fazer – Professor esta primeira questão a gente resolve como ? -no que o Hilton Domingos  respondeu – muito simples pegue a forma e deduza. Ai a classe parou – pois na verdade ninguém sabia a fórmula muito menos a dedução da fórmula.

Francisco Djalma de Oliveira de uma integridade que beira o absurdo e de uma sinceridade que ninguém imaginava ao momento, disse em alto e bom tom -professor Hilton, aqui ninguém sabe matemática, nós estamos perdidos, na verdade nesta classe ninguém sabe matemática – O que nós devemos fazer – perguntou Djalma , ao que o Professor Hilton respondeu: façam, urgentemente, um grupo de estudos na casa de um colega de vocês e selecione os aptos por área de conhecimento, de forma intensiva durante pelo menos 4 horas por dia, incluindo os finais de semana.

O meu colega João Bosco de Luna ofereceu logo a sua casa, bem como foi nomeado chefe da turma, - A casa fica na Rua General Sampaio no centro de Aurora- Ceará.

Na hora do intervalo eu semeei logo a polêmica, de que adianta ter casa sem ter um quadro negro ? Casa sem quadro negro não vale nada. Ora, o Colega  Paulo Macedo,  vendo  que eu estava  desestimulando a turma gritou em alto e bom tom  eu e a Mana vamos dar uma camisa Tergal Verão para uma rifa e com o dinheiro a gente compra o quadro negro – eu  sempre semeando a polêmica indaguei -quem vai vender  os bilhetes da rifa – Nisso Eleusis tomou a palavra  e disse categoricamente nós  - Todos nós – Ouviu Luiz, nós todos- é se for todo mundo  pode dar certo. Paulo  Macedo  respondeu: já deu certo e, nisso, nós fomos para o Armarinho da Sra Vanda Macedo na travessa Monsenhor  Vicente Pinto e  todo mundo pegou a camisa e  de lá para a casa  Bosco Luna  para fazer a rifa e, a entrega dos bilhetes. Com uma semana tínhamos em Caixa uns  200 reais em valores atualizados e em contato com o Sr Luiz Grangeiro de Luna, ficou este, na responsabilidade de fazer o quadro negro e repassar para a turma de aprendizes.

Da escolha dos professores na verdade monitores!!!!

Francisco Djalma de Oliveira ficou com a disciplina de matemática a  temida.

Eleusis Gonçalves Leite  ficou com a disciplina de Desenho Geométrico

Mana Macedo ficou com a disciplina de história

Aderbal Alves Albuquerque ficou responsável pela pasta de esportes e recreação.

Raimundo Sávio Tavares com a cadeira de Ciências.

Luiz Domingos de Luna com a disciplina de português.

O ano todo de 1976 foi assim: estudo de manhã, estudo de tarde e estudo de noite.

Este artigo  foi escrito por ocasião  dos 40 anos  desta turma de águias que tem a frente o  meu colega Francisco Djalma de Oliveira que,  vendo a nossa luta na historia e na memória,  resolveu fazer a comemoração  dos 40 anos no ano de 2016, no mês de julho, com uma solenidade de integração de toda a Tuma de 1976 – humanistas 76 Colégio Paroquial – creio assim, ter dado minha  colaboração com estas pequenas lembranças guardada na memória com muito zelo,muito respeito  e, principalmente com a certeza de que estou  fazendo história, na somente a minha,  mas  de uma turma que quebrou o aço  do possível ou do impossível para hoje também, realizar o sonho do jovem  Francisco Djalma de Oliveira –  o encontrão dos 40 anos de turma – humanistas 1976- Colégio Paroquial – Aurora – Ceará.

Luiz Domingos de Luna – Redator.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

CHICO HENRIQUE – O FAROL NO HORIZONTE POLÍTICO DE AURORA.

FOTO: FRANCISCO HENRIQUE RICARDO MACEDO- CHICO HENRIQUE
Francisco Henrique Ricardo Macedo, nasceu em 14 – 10 – 1963, na cidade de Aurora no Estado do Ceará; começou seus estudos no Patronato Monsenhor Vicente Bezerra, sendo alfabetizado pela abalizada Profa. Alaíde Leite Gonçalves, 1968.

O Ensino Fundamental no Colégio Paroquial Senhor Menino Deus.

O Ensino Médio no Colégio Agrícola Prof. Gustavo Augusto Lima na Cidade de Lavras da Mangabeira (CE).

Assumiu seu primeiro emprego, 1983, na SUDENE SAAD BOLSÃO DA SECA na cidade de Missão Velha (CE).

No ano de 1985, convidado foi, para assumir o cargo de Coordenador Geral do Programa SUDENE SAAD BOLSÃO DA SECA na cidade de Caririaçu (CE).

No ano de 1987, por convite do prefeito de Aurora, Cel. Antonio Vicente de Macedo assumiu o cargo de Assessor Especial da Prefeitura Municipal de Aurora.

No ano de 1988, com uma votação expressiva do povo de Aurora, e, com a vontade determinada dos colegas parlamentares, foi , em votação,escolhido a Presidente da Primeira Constituição Municipal de Aurora, com vigência até o presente momento.Registre-se em tempo hábil, a criação do Regimento Interno  peça fundamental para o ordenamento das ações no parlamento aurorense.

No ano 1993, por convite do empresário João Antonio de Macedo- João de Zeca- para dirigir o Setor de Obras da Empresa CEAÇUL – Construtora de Estradas e Açudes LTDA com sede na cidade de Aurora (CE).

No ano de 1996, com uma magnífica votação do Povo de Aurora, retornou ao parlamento aurorense, sendo o mesmo, já conhecido como um defensor intransigente da causa esportiva em Aurora, foi indicado pela Prefeita Maria Leomar Macedo (Dra Fátima) para assumir a pasta de Secretário de Esporte e Cultura de Aurora; conseguindo para os desportistas  a quadra Poliesportiva Fernando Márcio Ricardo, localizada no Bairro Araçá,  organizou toda a infraestrutura da Secretaria de Esporte e Cultura de Aurora o que possibilitou a participação da Seleção Futebolística de Aurora nos campeonatos intermunicipal.

No ano de 2001, com a vontade expressa do povo de Aurora, retornou a Câmara Municipal, exercendo o cargo de  1º Secretário da augusta Casa.

No ano de 2005, graças a sua brilhante atuação no parlamento aurorense, com uma votação respeitável do povo de Aurora, retorna a Câmara Municipal de Aurora exercendo a função de  1º Tesoureiro da Mesa Diretora.

No ano de 2009, já conhecido nas comunidades de Aurora, como um parlamentar atuante e combativo na defesa dos interesses do povo aurorense, recebeu a maior votação de todos os tempos, dada a um  vereador, assumindo o cargo de  Vice- Presidente da Câmara Municipal de Aurora.

No ano de 2012, quebrou o seu próprio Récord de votação dada a um parlamentar aurorenses, ao tempo em que foi, em votação, escolhido pelos colegas de parlamento  Presidente da  Câmara Municipal de  Aurora, o que graças a sua atuação firme e determinada, com  o apoio de 90% dos colegas parlamentares foi reeleito para  presidente do Poder Legislativo aurorense para o biênio 2015 – 2016.

Como se vê, a vida do atual Presidente da Câmara Municipal de Aurora – Francisco Henrique Ricardo Macedo, o popular Chico Henrique é na verdade um sacerdócio a coisa pública, ao interesse motor primeiro das cuasas pétreas do povo de Aurora, assim, por convite deste povo  que tanto tem servido, e a que está a serviço, não seria nenhum casuísmo, a escolha para ser  o farol no horizonte político de Aurora, na condução do processo acelerativo  de desenvolvimento por que passa a Terra do Sol Nascente.






domingo, 7 de dezembro de 2014

O POVO FEZ SUA SANTA -1.4. A EXPLOSÃO DA ESCRITA – DELLANO RIOS.

FOTO: DELLANO RIOS. AUTOR DO LIVRO O POVO FEZ SUA SANTA.
Com o livro Paixão e Sangue de Mártir é fixado uma tradição narrativa até então baseada na oralidade. Lembro-me que “a fixação na e através da escrita de uma tradição que foi oral necessariamente não põe a fim a ela nem a marginaliza definitivamente (PordeusJr., 2000:247).Ao contrário, é possível pensar em tradições que se imbricam. Ou ainda em um fio que se esgueira pelo bordado e transforma o padrão de cores e figuras que se desenham.

De um lado, está a escrita que se valeu da oralidade para que pudesse vir a ser. A Obra de Quezado não me tributária dos devotos narradores de Aurora no que diz respeito às estruturas elementares da língua, nem ao estilo ou, ainda, às regras da escrita jornalística. Ainda assim,  é a voz dos fiéis que constitui a matéria prima de sua narrativa.

A estrutura já estava lá, mas não poderia contar aquela história sem recorrer à tradição que residia na oralidade. Mais tarde, seria o oral a valer do escrito como outra fonte.

Com o aparecimento de uma hagiografia, o texto, no sentido estrito da palavra, ressoa nas narrativas sobre Mártir Francisca.

No entanto, o escrito não é apenas mais uma voz que possa integrar o repertório dos narradores. “ A escrita { atua} como memória fundadora, um ponto de partida inteiramente novo” ( PordeusJr.,2000:250).

No caso do culto de Aurora, ela cumpriu a função de catalisadora, desencadeando uma série de novos discursos, orais e escritos.

Á época do lançamento do livro de Rozanne Quezado, a imprensa cearense noticiou o evento. A história de Mártir Francisca passou a integrar o repertório de pautas que, com certa freqüência reaparecem nas páginas dos jornais impressos, televisivos, radiofônico e on- line. No campo audiovisual, em 2008, o fotógrafo Francisco Sousa realizou um documentário em curta metragem, ainda inédito em festivais e na TV, que registrava as práticas dos devotos no 50º aniversário de morte de Francisca.

Nos casos acima citados, os discursos sobre a mártir se manifestam como uma narração efêmera, que dificilmente se prestará a consultas posteriores. Diferente deles e, portanto, mais próximo da primeira hagiografia de Mártir Francisca, estão os textos disponibilizados no website da Prefeitura Municipal de Aurora (www.aurora.ce.gov.br). Até o final de 2010, pelo menos três textos dedicados à santa podiam ser lidos no endereço eletrônico. Um deles, intitulada A Capelinha da Moça reproduz a introdução do livro de Rozanne Quezado. A Apropriação é registrada na própria página, que traz o nome da autora e a fonte onde o material  foi copiado- o que releva que aquela hagiografia de Mártir Francisca não apenas desencadeou outras, mas que se estendeu e encontrou novos canais de transmissão.

O Segundo texto é Mártir Francisca: um auto – de – fé, oblação e graças, de José Cícero, “Pesquisador, Poeta e Escritor”, natural de Aurora. Nele, se confirma a tendência do escrito a historicizar o que é narrado.

O Livro de Rozanne Quezado serviu para registrar os episódios de um determinado momento da historia do culto de Mártir Francisca.

O Texto de Cícero parece exercer papel semelhante, concentrando-se, por sua vez, em acontecimentos mais recentes. Não há uma preocupação em apresentar a história de Mártir Francisca, narrada apenas nas linhas iniciais do segundo parágrafo do texto. O autor escreve sobre o culto sua configuração atual e as transformações por que passou nos últimos anos, como a entender que a história do martírio já  é suficientemente conhecida.

O Discurso oscila entre a intenção de objetividade, de um pensamento materialista de bases científicas, e a crença do devoto, cuja palavra exulta a mártir e divulga seu culto.

No primeiro parágrafo do texto, deixa isso claro:
Se alguém ainda tem dúvida acerca da antiga afirmação que diz que “a fé move montanhas”, diríamos que aqui na cidade de Aurora na região do Cariri no alto do Salgado esta assertiva há muito vem ganhando ares de verdade ao ponto de multidões inteiras jurarem ter alcançado inúmeras graças, curas e milagres ( Cícero, 2008)

O autor toma as graças como parte de um discurso dos fiéis para não se apropriar dele, credita a autoria deste, mesmo de maneira muito vaga. Mais adiante, ainda no mesmo parágrafo, quando fala de “um longo histórico de casos supostamente milagrosos” ( Cícero, 2008 – grifo meu), o autor reafirma este olhar distanciado.

O Que se segue é, então uma descrição do culto. Em meio a ela, revela de uma tímida transformação. O Autor diz num parágrafo breve:

Até mesmo para os céticos, o local {da capela de Mártir Francisca} tem o poder de transmitir uma sensação de paz e  refrigério interior. “É uma verdadeira calmaria para  nossa alma explica o professor Luiz Domingos, profundo devoto e colaborador de mártir Francisca. (Cícero,2008).

Como se vê, a afirmação do autor não é validada pela citação que a sucede. Aos céticos, credita experiências de ordem não material e em seguida, evoca um devoto da Mártir para dar seu testemunho.

O Ato falho cometido marca a transição para a tomada de uma nova posição em relação ao culto.

Em resumo, diremos desde já, que a figura de mártir Francisca assim como a importância contribuem para o engrandecimento, cristão e espiritual de todo o povo aurorense, quiçá da região. Por isto haveremos de no mínimo, respeitar a opção daqueles que possuem o verdadeiro  dom de enxergar nas coisas do espírito tudo aquilo que os materialistas não as vêem por uma existência inteira.

(...) O desrespeito sistemático a este singular auto –de –fé, bem como a individualidade dos que crêem no sagrado, também constituem uma forma de fanatismo das mais injustificáveis e deprimente. De tal sorte, digamos ainda: Viva mártir Francisca – a santa popular de Aurora. Por que Deus sempre se manterá do lado  Povo. (Cícero, 2008 – sic)

O Autor caminha para a adesão ao culto. Surgem novas possibilidades de compreensão das passagens anteriores do texto. Relido, percebe-se que, a despeito das passagens em que o autor procura se mostrar como um observador distanciado dos  fenômenos, a finalidade é mais uma vez a de promover o culto. Tal qual se pede das produções de caráter hagiográfico.

É possível ler Paixão e sangue de Mártir Francisca: um auto –de –fé, oblação e graças como partes de um  mesmo conjunto hagiográfico. Relacionados, os dois textos operam como  se fosse um  e, mesmo vistos agrupados respeitam as exigências feitas às hagiografias. Enquanto, o livro de Rozzane Quezado se concentra nas provações por que Francisca passou, o texto de José Cícero centra-se na glorificação da mártir pelo culto.

Os dois textos não devem ser tomados, no entanto, como obras desiguais, com pesos desiguais, em que destacadas as provações vivenciadas pelos protagonistas e a outra, as homenagens a sua memória.

Quando fala da vida de Francisca, José Cícero não vai muito além de repetir dados que já se encontravam no escrito de Quezado. O que há é uma pequena adição, ao precisar o local em que a jovem foi morta,” a localidade do sítio padre Mororó- Várzea de Conta” ( Cícero, 2008 – grifo meu)

Já no  que toca às práticas devocionais em Aurora, o autor é mais preciso, tenso a sensibilidade de fazer ressalvar quanto a variações de uma mesma prática:

(...) No  exato local onde a jovem foi martirizada  agora existe uma capela que recebera o apelido de “ capelinha da moça” ladeada por um solitário pé de Pereiro, uma resistente árvore nativa da caatinga sertaneja. Segundo dizem, o vegetal inclusive, servira de abrigo, fazendo sombra para Francisca nos seus  últimos suspiros. De modo que na crença do povo também passou a conter propriedades milagrosas.  O Chá tanto quanto  a efusão de suas folhas e cascas conseguem curar uma série de doenças. Outros recolhem suas folhas  simplesmente para mantê-las em casa junto aos santos como um amuleto de proteção contra  os maus espíritos e mau olhado. Ou ainda, como mero  souvenir de lembrança de Francisca. Na época do infausto acontecimento tal planta era apenas uma moita. Hoje, a vetusta árvore vem despertando a admiração e a curiosidade por parte dos devotos e fies de mártir Francisca que no decurso de meio século vem  sendo  considerado por muitos, como a autêntica “ santa popular” de Aurora. (Cícero, 2008)’’

José Cícero retoma acontecimentos que se deram imediatamente após a morte da jovem e os liga a crença e práticas de Aurora. É particularmente interessante ver, aqui, a expressão de uma sacralidade em torno da mártir, que pode ser experimentada pelos  homens por meio de um contado direto.

A árvore torna-se sagrada. O Pé de pereiro( Aspidosperma pyrifollium Mart) repete uma imagem, em geral, muito comum na simbologia da árvore: aquela que faz o ser vegetal uma ponte cujas  raízes tocam o inferno e irrompem na terra, para seus galhos e folhas alcançarem o céu ( Cirlot, 1984:99). Bachelard  também  reconhece essa imagem de árvore e, para  esplicita, recorre   a uma bela passagem que toma emprestado  do escritor D.H. Lawrence:

Com um ímpeto prodigioso, projeta para baixo  até o âmago da terra, lá onde os mortos afundam na escuridão, no úmido e denso subsolo, e de outro lado, volta-se para as alturas de ar... Tão vasto, tão poderoso e exultante em ambas as direções( Bachelard, 1990: 214).

A Verticalidade da  árvore, sugere Bachelard, é a verticalidade de uma homem ( 1990: 211).  Tal interpretação sugere pelo menos duas leituras no caso  do culto de  Mártir Francisca de Aurora: Ajuda a explicar  o apego dos devotos à árvore; e a identificação da própria santa com o vegetal.

Em relação a esta última hipótese, lembro-me das lendas da tradição católica portuguesa, segundo as  quais o corpo de uma pessoa assassinada pode se transformar em árvore ( Espírito Santo, 1990:43).
No caso de Francisca, é possível visualizar essa transformação, operada em nível simbólico.

Seguindo a tese desta identificação Mártir Francisca/ pé de pereiro , vê-se a sacralização  da árvore, que se transforma de uma “moita” em árvore miraculosa, reproduzir-se na transformação da própria  mártir, o autor conclui a passagem citando a crença de devotos que a tomam por “ autêntica “santa popular de Aurora”( Cícero 2008) Como se viu antes  até agora – e se verá mais adiante – não se deve desprezar as vezes em  que os narradores atribuem a Mártir Francisca o titulo de Santa.

Índice de que tensão entre o culto e a igreja, o tema será tratado mais adiante, quando  falar da dimensão oral das narrativas( capítulo 2) e do material de que são feitas as narrativas (capitulo 3). Será nesta última parte, também, que retomaremos as informações restantes do texto de José Cícero acerca da topologia do sagrado, dos objetos e das práticas devocionais do culto.

Há ainda, como antes afirmei, um terceiro texto no website da Prefeitura de Aurora. Trata-se do Hino a Mártir Francisca, de autoria do professor Luiz Domingos de Luna, penitente e Decurião da Ordem Santa Cruz, também escritor e pesquisador das manifestações culturais do município.


Oh! Mártir Viva!
Oh! Mártir Pura!
Oh! Mártir Gloriosa!


Tua vida, teu sacrifício, alimenta nossa fé.
És aurora da crença popular
O Teu martírio é a busca de nossa cruz
Tua inocência
Tua bondade
Tua pureza
Sempre a nos olhar
E a todos nós conduz
Cuida de nós ó pequenina
Ensina-nos a amar e perdoar


Mártir Francisca eu te clamo nas minhas orações
“Orai, rezai, cantai”
Confortai os nossos corações.


Daí paciência, paz e conforto nas tribulações!
Sou teu devoto Oh! Pequenina
Oh! Menina Pura de Luz!
Levai os teus devotos
Os braços de Jesus


Daí a nós o virgem Mártir
A tua candura
Para um grande abraço
Na mãe de Jesus!
(Luna, 2008)


Diferente dos discursos anteriores, esse troca a prosa pela poesia. Com tal passagem, despe-se de intenção ligadas a uma racionalidade de base científica.

Parti do território narrativo da prosa, de uma escrita marcada pelo oral. Agora, chego à poesia, com seus versos mais afeitos à memorização chego, portanto, ao território da voz. E é a ela que me volto a seguir.
Referência Bibliográfica

Rios, Dellano – O Povo Fez sua Santa./ Dellano Rios- Fortaleza: Secult, 2011. (Prêmio Guilherme Studart) l. Literatura brasileira – ensaio I. Titulo


Transcrição autorizada pelo autor Dellano Rios ao Professor Luiz Domingos de Luna, que a todos, o direito de repostagem em blogs, sites e outros veículos de comunicação para o Engrandecimento da Epistemologia Genética da Humanidade para o bem.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

INTRODUÇÃO DO LIVRO O POVO FEZ SUA SANTA – DELLANO RIOS.

FOTO: DELLANO RIOS. AUTOR DO LIVRO O POVO FEZ SUA SANTA.
INTRODUÇÃO DO LIVRO  O POVO FEZ SUA SANTA - DELLANO RIOS.



Ler nas entrelinhas e escutar o silêncio: duas construções verbais cujas ações que descrevem parecem não existir senão como figuras de linguagem. Elas ilustram com precisão o desafio que encontrei diante do fenômeno ao qual dedico as reflexões que se seguem. O Propósito é claro: compreender os movimentos de um processo de


santificação, a partir do estudo de narrativas daqueles que a sustentam. 


É preciso estar atento não  apenas ao que é enunciado, mas, também, às lacunas nos discursos. O Silêncio indica tensões existentes, quando estas se encontram em estado latente. 


Para seguir adiante, foi preciso ter em mente tais lacunas, mapear o terreno e apontar, aqui e ali, onde falta terra  sob os pés. 


Para ter certeza de onde parto, para que seja de terra firme, apropriada para tomar impulso que permite ir além,  começo o percurso fixando um marco, um ponto de referência que não sairá de meu campo  de visão. 


O Ponto de referência é uma história. 


A história de Mártir Francisca e de seu culto. O lócus e a cidade cearense de Aurora, localizada na microrregião do Cariri, 485 quilômetros ao sul de Fortaleza, capital do Estado. 


Ela começa em 9 de fevereiro de 1958, para daí retroceder e avançar no tempo conforme a competência e o interesse do narrador. 


Neste dia, a adolescente Francisca Augusto da Silva, 16 anos, foi morta pelo ex-noivo, Francisco Ferreira Barnabé (conhecido como Chico Belo). O rompimento acontecera há pouco mais de um ano. Francisca não voltou atrás, apesar da insistência de Chico Belo. 


Ciumento, ele temia vê-la casada com outro  homem. Decidiu que a mataria, para não correr esse risco. Montou tocaia na saída da missa e a surpreendeu, quando ela voltava da cidade para a sua casa, em um sítio afastado. 


Montava um cavalo branco e trazia uma longa faca peixeira nas mãos e atacou Francisca. Acertou-a uma dúzia de vezes e deixou  o corpo morto caído à sombra de uma árvore. 


O Assassino fugiu, para acabar preso duas horas depois. Julgado, foi condenado e enviado ao presídio  da capital. Nele, passou os próximos 19 anos. De volta a Aurora, anos depois foi morto numa briga, sem que se lembre pelas mãos de quem. 

Da tragédia que se abateu sobre a jovem, uma filha de agricultores não muito diferente de tantas outras da região, 


nasceu um culto. 


A cruz que marcava o lugar de sua morte na estrada deserta logo se converteu num centro de Adoração. Católicos iam até ali para seu encontro com a moça, já rebatizada


Mártir  Francisca. 


No começo dos anos 1960, uma pequena capela foi erigida em seu lugar. Ela passou a acolher os fiéis que faziam promessas e obtinham graças a partir da intervenção 


da mártir. 


Hoje, o culto conta com uma capela anexa (de Nossa Senhora dos Milagres), procissões mensais, imagens da santa em madeira e duas festas anuais.


O presente estudo procura compreender o processo de transformação pelo qual Francisca passou até se tornar a mártir cultuada por um número crescente de devotos. Além do interesse pelas particularidades do caso, chamo a atenção para a possibilidade de tomá-lo como exemplar de um fenômeno religioso, ligado às expressões do catolicismo tal qual ele é praticado pelas camadas subalternas no Brasil. 


O Fenômeno foi nomeado de diversa maneiras, na tentativa  de defini-lo. Recorro a Zumthor para nomeá-lo  Canonizações espontâneas ( 1193: 30). 


O resultado dos processos dessa Natureza é a construção e o estabelecimento de santos populares, que se localizam à margem do Cânone da igreja Católica Apostólica Romana. 


Em tais casos, pessoas vivas, mortas ou imaginárias, são tomadas por santas e, como tais, se tornam objetos de culto, são descritas por seus devotos como donos de  conduta exemplares e são por eles procurados como canais de comunicação com Deus. 

O Culto  de Mártir Francisca de Aurora foi escolhido dentre muitas outras conhecidas. Há registros de canonizações espontâneas em diversas cidades brasileiras e mesmo em países como França, México, Argentina e Bolívia. No  Ceará, são conhecidos casos  em Barroquinha, Bela Cruz, Guaraciaba do Norte, Meruoca, Tianguá, Varzea Alegre e Juazeiro do Norte( não é de outra ordem o fenômeno do Padre Cícero Romão Batista).


A Opção pela santa de Aurora tem, 


por razões iniciais, as afinidades que tenho com alguns de seus elementos. 


Como jornalista, interessei-me pelo trabalho de reportagem de uma colega de profissão, Rozanne Quezado, publicado no formato de livro sob o título Paixão e Sangue de Mártir Francisca. 


Somou-se a esse interesse, uma relação (acadêmica) anterior com temas ligados à religião; e a curiosidade pela narrativa. Também me seduziu a dificuldade da empreitada. Antes da pesquisa, meu conhecimento sobre Aurora era mínimo. Não conhecia sequer a região do cariri. Do fenômeno, sabia muito  pouco, vendo-me obrigado a investigá-lo para descobrir mesmo alguns dados elementares. 

Foi a experiência de campo, em todo caso, que acabou por determinar minha escolha. Aurora é uma das cidades que compõem o Cariri cearense e, portanto, fazem parte de uma malha de devoção muito específíca. Para a economia do Estado do Ceará, ela e menos expressiva que outros municípios, caso de Juazeiro  do Norte, Crato e Barbalha, que expandem sua fama graças às muitas manifestações das culturas tradicionais que abrigam. Por todo o Cariri, é bem conhecida a recorrência  de práticas devocionais católicas que fogem às normas estabelecidas  pela igreja, sem, necessariamente, confrontá-las. Ao invés do conflito aberto, há um movimento de apropriação de signos, de discursos e de ritos da igreja,  por parte dos praticantes dessa devoção católica peculiar. Os elementos tomados de empréstimo são reformulados e ressemantizados;não poucas vezes, assiste-se à sobrevivência de práticas e crenças que outrora pertenceram ao repertório da instituição católica e que hoje são por ela ignorados ou rejeitados. Para ilustrar a afirmação acima, cito o caso das ordens penitentes 

que se multiplicaram por todo o Nordeste no século XIX, muitas delas fundadas pelas missões

 

do Padre Ibiapina, 


entre 1860 a 1883. As ordens eram agrupamentos, em geral, formados exclusivamente por  homens, católicos das camadas subalternas da população sertaneja que entoavam benditos e se autofagelevam pela remissão dos pecados ( Rios, 2004:84). 

Consta em seguida uma citação de (Ribeiro, 2006: 70 -71) que se encontra em Recuo,  como também as notas em Rodapé não serão postadas visto o digitador não ter  o projeto de diagramação específica para tal fim.


O Fenômeno de que me ocupo se avizinha daquele que compreende as práticas de penitência no Nordeste. 

Fazer referência a tal prática contribui para que se estabeleçam condições apropriadas a uma melhor apreciação do leitor. 


O Tema em discussão precisa ser contextualizado, pois se trata da construção de uma santidade específica, que se localiza no terreno deste sagrado insubmisso, fenômeno marcado por  tensões. A Sociologia, assim como a filosofia e a psicologia, já descreveu a realidade como uma construção, em oposição à compreensão segundo a qual ela seria uma dimensão unívoca.

Em sequencia o Escritor  fala sobre a fundamentação teórica da escolha, dos registros, metodologias, divisão a letra e voz, oralidade, investigação...De forma que este trabalho não passaria sem as contribuições de teorias vindas de áreas vizinhas, como a antropologia a história e a semiologia.

Referência Bibliográfica

Rios, Dellano – O Povo Fez sua Santa./ Dellano Rios- Fortaleza: Secult, 2011. ( Prêmio Guilherme Studart) l. Literatura brasileira – ensaio I. Titulo

Transcrição autorizada pelo autor Dellano Rios ao Professor Luiz Domingos de Luna, que a todos, o direito de repostagem em blogs, sites e outros veículos de comunicação para o Engrandecimento da Epistemologia Genética da Humanidade para o bem.