sexta-feira, 29 de julho de 2011

A EDUCAÇÃO NO PLANETA AQUARIUS

Luiz Domingos de Luna*

"Outro dia fui convidado a retornar, ao meu planeta natal – Aquarius, como de sempre, peguei a nave e embarquei nem liguei mais para o processo de desintegração, matéria, energia, matéria escura, buracos negros, galáxias, quasares, velocidade, acelerador de partículas, motor de regressão de gravidade. Como já estou acostumado com as mutações existenciais do universo paralelo, fiz desta vez uma viagem tranqüila e segura, vez estar desintegrado em íons imantados a um grande imã sem prejuízo molecular para minha reintegração material em Aquarius, ao entrar na nossa galáxia Atenas, nem ao som do ruído do redutor gravitacional me foi motivo de preocupação inicial á viagem.

Aos procedimentos, já bastante expostos na série aquarianos, fui convidado a participar da plenária. O Tema: A Educação no Planeta Aquarius, sentei na minha cadeirinha como de costume, o telão girava em 3D, eu nessa altura, já com um calafrio psicológico muito forte, na verdade somente uma forma pedagógica de explicar a situação aos humanos, vez em Aquarius a matéria inexiste, assim a plenário lotado a esperar o conferencista que chegou muito entusiasmado. Eu como de costume já fui ficando desconfiado, pois em Aquarius não existe emoção o conferencista saudou a todos e abriu a conferência com a praxe de sempre, ao mérito, foi logo expondo: no universo o único planeta que não tem a educação sistemática é Aquarius somos os melhores em computação gráfica, em cibernética, dominamos todo o universo possível da tecnologia, mas ainda não temos um projeto educacional, creio isto ser um ponto negativo para a nosso soberania no espaço sideral, assim para a nossa superioridade intelectual seria oportuno para nós termos a melhor educação do universo.

Nós chegaríamos à perfeição. – Correto? Um colega lá na última fila indagou: - a educação é um valor básico na sociedade, mas tem um problema – o conferencista em aparte – Qual? -A educação é um bem durável e depende do fator tempo, vetor existencial que não existe em Aquarius, - isto tem solução – mas tem outro – uns conseguem aprisionar o conhecimento com mais facilidade e outros não. - Como assim? : É que a educação de qualidade plena depende da qualidade social, - O que é esta qualidade social - É todo infraestrutura social e econômica que deve existir para que o aluno saia de sua casa escola para escola apto a aprendizagem, pois, não tendo esta oportunidade igual para todos, os aptos aprendem e os não aptos não. Tendo esta qualificação social plena, a educação tem um fim comum de oportunidades a todos ?- Sim com certeza.

Chamem o projetista – O Projetista fez o esboço da Escola, quadro funcional, currículo e na verdade expôs tudo em detalhes minuciosos, com uma didática perfeita. A platéia aplausos geral para o projetista. Eu como sempre desconfiado de tanta emoção vez isto não existir em Aquarius. O Conferencista disse: Tudo aqui é baseado unicamente no mérito, somente no mérito. Nada pode esta acima do mérito, o mérito é quem vai definir a nossa educação- Certo – a Plenária aplaudiu geral uma verdadeira festa em Aquarius.

O sábio lentamente levantou de sua cadeirinha encarou bem o conferencista e indagou - o Mérito de quem mesmo? Do professor-Algum problema? Não é que eu pensei que o Mérito seria do aluno – Como aluno? Você sabe bem que em Aquarius a prioridade é a política e a educação com mérito para o professor – você sabe que em Aquarius não existe aluno. nem tão pouco aprendiz, muito menos esta qualidade social. E o mérito do aluno, e a qualidade social – quis saber o sábio – conferencista, isto a gente pensa depois, - depois quando? Quando a gente deixar o poder, será uma cobrança nossa.

Entendeu ?
-Não
Alguma dúvida ?
-Todas
Mas é assim que a coisa funciona."

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora –Ceará.

FONTE: http://blogdocrato.blogspot.com/2011/07/educacao-no-planeta-aquarius-por-luiz.html

segunda-feira, 18 de julho de 2011

QUANDO A BANDA PASSAR

Por: Luiz Domingos de Luna*


A História humana é permeada pelo acúmulo de conhecimentos do passado, a ação do presente, não muito raro, a visionários que a força elástica do futuro por razões que estão na intimidade do ser dão o pontapé inicial ao vindouro.

No distante ano de 1981, quando a cidade de Aurora ainda patinava no formato de sua infraestrutura, todo o arsenal para a civilidade urbana, ainda um sonho a bailar na mente dos otimistas, lá vem àquela forte figura, contrariando a tonalidade do presente, a colocar a pedra última do triangulo da civilidade aurorense – A Banda de Música do Senhor Menino Deus, como uma escola a levar o facho da luz a uma juventude de múltiplas carências, ainda no processo de construção da base piramidal.

Quem viveu o momento sabe que o sonho do humanizador social, ativista cultural, e sacerdote na expressão maior – Padre Francisco França – tinha um quê de Utopia, vez as colunas mestras de desenvolvimento social ser também uma utopia, na verdade, tudo era utopia mesmo, assim a do padre, era mais uma no oceano de inúmeras.

No dia 29 de abril de 1982 fui convidado para receber os instrumentos musicais na casa Paroquial, vez a solicitação do padre ter sido atendida prontamente pelo Ministério de Educação e Cultura. O Momento foi registrado por um grande paradoxo, ora, a cada instrumento que conferia um grito de emoção, lágrimas de felicidade que tocava suavemente o chão, como se existisse também uma alegoria na força gravitacional terrena.

Tudo para mim era motivo de felicidade plena, o cheiro dos instrumentos, os caixotes, a embalagem perfeita, na verdade tudo perfeito.

Quando dei conta de minha emoção plenamente exagerada, olhei ao lado e vi o idealizador da obra taciturno, triste, com uma dor na alma, uma expressão quase que fúnebre, ficou logo claro o descompasso espiritual entre mim e o arquiteto do projeto. Uma situação emblemática, uma dialética soava no ar, parecia ser um sonho realizado para mim e uma decepção para o padre.
Diante desta situação vexatória e paradoxal, confesso que para mim um pouco constrangedora, enxuguei as lagrimas de felicidades e entrei na atmosfera da dor espiritual que acometia meu mestre.
O Meu fluxo pensamental em pane, pois como conciliar a minha emoção contagiante com a tristeza espiritual marcante do momento. Pensei, devo estar agindo errado nesta situação, - esta minha alegria deve ser falsa, ou eu estou enganando a mim mesmo, Como pode? Pois eu sabia plenamente que a tristeza do padre era verdadeira, nunca passou a idéia da tristeza do mestre ser falsa, vez a sua integridade moral está acima da minha a anos luz!
Assim criei coragem e perguntei:

- Padre França por que tanta tristeza?

-Porque estou pensando -

- Como assim?
Será se daqui a 30 anos terão jovens para tocar estes instrumentos ou a ferrugem vai tomar conta deles.
Padre, a ferrugem tomar conta dos Jovens?
Não – Eu pensei dos instrumentos musicais.
Tombei na coluna do silêncio e não falei mais nada.
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(*) Professor –
Aurora –Ceará.
FONTE: http://seculteaurora.blogspot.com/2011/07/quando-banda-passar.html




Postado por José Cícero às 14:14 0 comentários Marcadores: Aurora - CE - A Banda - Luiz Domingos de Luna - Seculte - Aurora CE