quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Chip do Planeta Terra

Luiz Domingos de Luna *
Outro dia, fui convidado para participar de uma conferência no meu planeta natal - Aquarius, como de costume, juntamente com os colegas de sempre, pegamos a nave e embarcamos, depois de uma viagem cansativa, chegamos.O Tema da conferência foi logo exposto, de modo, a iniciar a reunião. Escutamos:
O Planeta Terra não precisa de vida para existir, porém insiste em manter ao longo de sua história este sopro vital – Por quê? Um Aquariano bem a frente levantou o braço e disse em voz alta – Simples, a vida na terra dá lucro.
O Conferencista coçou a cabeça e perguntou dá lucro! - Como assim? - O Planeta oferece condições para o surgimento da vida, alimenta bem e, depois ingere toda massa ex-viva, num processo continuo, pois lá, o tempo real existe num ciclo constante.
Um Aquariano, bem ao meu lado, indignado proclamou – Protesto, pois se a terra se alimentasse de toda massa viva que ela mesma produz o planeta seria o maior do universo, e pelo que consta nos autos, é apenas o terceiro na via - láctea, e de pequena significação com relação a sua massa de coesão atômica.
O Plenário choveu de palmas, porém o conferencista detonou – Protesto negado! O colega parte de uma premissa verdadeira para chegar uma conclusão falsa. Como assim?Perguntou o assistente. Se realmente a colega { terra} consumisse, tão somente, a massa viva, com certeza seria a maior do cosmo, porém, está em nossos registros que não é bem assim, pois a massa produzida pela ingestão da conteúdo morto é automaticamente transformada em energia e vendida a outro parceiro, ou seja,100% da energia é vendida, do contrario, o planeta estaria inchado e na realidade ele está é diminuído sua unidade de massa.
E este lucro obtido com a venda de energia é investido em que?
Na compra de enzimas cósmicas para o preparo das lavas vulcânicas e do gás galáctico para a dissolução dos deslocamentos das placas tectônicas.
- Fábrica de futuras vidas de formas diferenciadas
Este investimento serve para nós ?
-Não,
Por quê?
- Um capital muito alto investido em algo de grande risco
Tem certeza?
Não
-Dúvida
Todas
-Mas é assim que a coisa funciona.
( * )Professor – Aurora – Ceará.
Postado por janinha às Quarta-feira, Abril 28, 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Superproteção - Um Castigo.


Luiz Domingos de Luna*

Os adolescentes, ao tempo da ditadura militar, sonhavam com a liberdade como um instrumento de auto-afirmação na família, nas comunidades e na sociedade como um todo. Pois, apesar do regime de exceção, a alma do espírito democrático a rondar o inconsciente ou "consciente maturativo". De que algo no espaço social, político precisava ser mudado. Este eixo espiritual não foi destruído pela força de dominação dos militares à época.

A noção de mudança, sempre presente no tecido sociológico brasileiro, a inquietação grassava desde as camadas sociais mais baixas às mais altas – Elites.

O espírito mudancista marcado no meio social em todas as suas arestas, em proporções e intensidades constantes, como uma massa pensamental uniforme e invisível a incomodar o regime de opressão – Uma permanente inquietação.

A entrada no regime democrático um sonho realizado de um povo que não acostomou-se com a mordaça.

A mancha negra do regime de exceção não pode e nem deve ser um trauma para superproteção de crianças, adolescentes, ou mesmo adultos, por algo que não pertence mais ao mundo deles, pois, o relativismo político do estado brasileiro foi incorporado ao Estado Democrático de Direito.

Ao se propalar a superproteção às novas gerações, que vivem a liberdade, ideal sonhado pela anterior, está se criando um grande paradoxo, pois a própria liberdade almejada pela geração anterior não pode ser utilizada como ferramenta egoista, vez que, os pais passam a controlar os passos de seus filhos de forma intensiva, coercitiva desde o nascimento, formando assim, não filhos reais, mais filhos ideais, modelos, referências, projetos, tudo, menos,uma vida autônoma e soberana no espaço tempo.

A vida não pode ser um projeto de vida que não deu certo em um ideal sonhado por outrem, visto cada um, ser único, especial e total. Educação, orientação, sim, porém superproteção nunca, pois a superproteção é apenas um castigo disfarçado.
* Professor – Aurora – Ceará.
* Colaborador do Blog Cariri Agora.
VEJA FONTE: CLIK - http://caririag.blogspot.com/2010/04/superprotecao-um-castigo.html

segunda-feira, 12 de abril de 2010

JOAQUIM MULATO, PENITENTE

Que anjos são estes que guerreiam conta a fome, a peste e o pecado? Que purgam, na própria carne, a transgressão do mundo? Corpos lanhados, como o de Cristo, que dialogam com os crucifixos. Ordem dos penitentes, grupo que perambula empapuçado, pelas noites, rezando e bordejando benditos. Uma fé incondicional. Uma tradição que vem de tempos remotos, passa pela idade média e chega ao sítio Cabaceiras, Barbalha. Introduzida pelos missionários do século XVIII, reforçada quando da epidemia de cólera no século XIX, pela mediação do Padre Ibiapina.

Joaquim Mulato nasceu no sítio Cabaceiras, Barbalha, dia 3 de março de 1920. O pai, o agricultor Pedro Mulato de Souza, “remediado”, casou com uma mulher mais velha que ele, Maria Velosa da Conceição, e tiveram dezesseis filhos (...)

Conta a crônica que a religiosidade sertaneja foi marcada pelos missionários capuchinhos, que aqui estiveram no século XVIII. A Tônica era a ameaça do fogo do inferno. Daí se reforçou esse maniqueísmo que tem origens mais fundas, e, mesmo nas escrituras, “a invenção do demônio,” é posterior ao Gênesis. A Penitência, no dizer de Joaquim Mulato, foi introduzida pelo Padre Ibiapina, sobralense, homem da elites, bacharel em direito, que abriu mão de tudo para cuidar dos pobres, criar casas de caridade no sertão. De onde saíram beatas, e disseminar um catolicismo triunfante. Moldado pela Contra-Reforma, com base na “ Missão Abreviada”, e que teria trazido os benditos, ainda hoje entoados pelos penitentes do sitio Cabaceiras(...)

Contam que Rosemberg Cariry, quando fazia imagens do grupo, nos anos 80, teria sugerido a utilização de umas tochas para iluminar o ritual. A flagelação à noite teria pouco impacto. E as tochas embebidas em gasolina davam um tom dramático que combinava com a severidade da cerimônia (...)

O Juazeiro tem um mistério que... não sei não.

Não tem opinião muito favorável sobre o beato José Lourenço, repetindo o senso comum de que ele “botava os bestas pra trabalhar de graça” e a acusação do assédio sexual, repetida, inclusive, por Câmara Cascudo, em plena euforia do Estado Novo de Vargas.

Já com Conselheiro é mais tolerante: “era monarca, contra a República”.

O Silêncio é entrecortado pelos carros que passam em alta velocidade. Sobre as laterais do oratório, imagens inconclusas, que um dia serão cortadas com canivetes, ferros, a madeira ferida, como é ferido seu corpo de penitente, lavado com sal para purgar a Humanidade inteira.

Enviado por: Luiz Domingos de Luna ( via site Cariri Digital )

Texto: Gilmar de Carvalho
Publicado em: Artes da Tradição: mestres do povo/Gilmar de Carvalho; fotos de Francisco Souza-Fortaleza: Expressão Gráfica/Laboratório de Estudos da Oralidade UFC/ UECE, 2005. 269p; Il. ISBN.


Foto: Algusto Pessoa
http://augustopessoa.wordpress.com/nordeste/

Postado por Dihelson Mendonça às 01:17

UMA VIDA ESCRITA NA MADEIRA

Praça do Cristo Redentor, ponto dos ônibus que fazem a linha Crato – Juazeiro, debaixo dos pés de fícus benjamins. Os “velhos” se reúnem para jogar dominó. Walderêdo, Gonçalves muitas vezes, passa por lá. Antes, poderia também estar na livraria de seu Ramiro Maia, à Rua Senador Pompeu, que fechou, depois de quase setenta anos de atividades. O Mais certo é pegar um mototáxi e subir a ladeira íngreme da Caixa d água, onde ele mora à rua Zabulon, 100. Aos oitenta e quatro completos, este grande nome da gravura brasileira, de todos os tempos, que gosta de receber, é sempre atencioso e conversa muito, revolvendo histórias do arco–da–velha, merece, como poucos, ser chamado de mestre.

Walderêdo nasceu no dia 19 de abril de 1920, na rua da Boa Vista, que hoje se chama Nélson Alencar, na cidade do Crato. Dizem que o Milfont, de seu pai José Gonçalves, que a mãe Maria Emília Oliveira herdou, por força de lei, veio de um ancestral Louis Charles, fugitivo da revolução Francesa, de 1789, que teria se radicado no Brasil (...)

Walderêdo aconteceu, no início dos anos 60, quando a faculdade do Filosofia do Crato fez uma tiragem de pranchas de sua autoria. Em 1962, Sérvulo Esmeraldo e Lívio Xavier, emissários d Museu de Arte da Universidade do Ceará ( MAUC), fundado no ano anterior, foram ao cariri comprar tacos para o acervo da instituição e aproveitaram para encomendar álbuns, como a “ Via Sacra”, de Mestre Noza: “ A vida do Padre Cícero”, de Lino da Silva:; “As aventuras do Caboclo Vira – Mundo” de José Caboclo e o “ Apocalipse”, do Walderêdo(...)

O MAUC, além das matrizes do “Apocalipse” tem uma de cenas populares do Cariri (engenho de pau, aviamento, maneiro pau. O vaqueiro. Penitentes) e gravuras soltas. Capas de folhetos, cortadas, por ele. Tornaram-se referências, como “A morte dos doze pares de França, “Juvenal e do Dragão” e Antonio Silvino no júri-debate de seu advogado. O Dr. José Macário de Brito, do Crato, encomendou uma “via Sacra”, mas esconde as matrizes, não deixa tirar cópias, “ele diz que só vai abrir o cofre quando eu morrer”...)

A Idéia que fica é de alguém que poderia ter ido muito longe além, se tivéssemos tido, desde a criação da Secretaria da Cultura, em 1966, políticas que valorizassem a tradição como ponto de partida para o contemporâneo. Temos as pranchas do “Apocalipse”. Versão matuta de Jean Duvet ou de Gustave Doré, iluminuras sertanejas, clássicas, sem que ele tenha se deixado contaminar pela pressa das encomendas, vencendo os desafios com paciência, determinação e a marca do gênio. É isto tudo que faz de Walderêdo Gonçalves o grande nome da Xilogravura. Os outros, diante dele, são aprendizes.

Enviado por: Luiz Domingos de Luna

Texto: Gilmar de Carvalho
Publicado em: Artes da Tradição: mestres do povo/Gilmar de Carvalho; fotos de Francisco Souza-Fortaleza: Expressão Gráfica/Laboratório de Estudos da Oralidade UFC/ UECE, 2005. 269p; Il. ISBN.

Foto: MUAC - Museu de Arte da UFC
http://www.mauc.ufc.br/

domingo, 4 de abril de 2010

A Filosofia em Aquarius
Luiz Domingos de Luna*
Outro dia, depois de uma viagem cansativa, já próximo da bolinha ainda azulada, na troca do chip, senti o peso do oxigênio nos pulmões, o cheiro do ar, a estratosfera com a sua gravitação a todo vapor, pedi ao navegador uma parada, o nosso GPS deu sinal de alerta! Impossível redução de velocidade. A aceleração é lei, é norma, precisa ser seguida, ao contrário entraremos em pane.
Fiquei muito preocupado, vez que, nós aquarianos não pensamos, como saberíamos que uma freada rápida iria causar uma colisão? Além do fato de estarmos a uma certa distância do Planeta Terra, logo, colisão com a terra nem pensar. Colisão com quem? Pensei! Na dúvida, coloquei minha luneta, na verdade quase perdi minha luneta, pois uma chuva de meteoros atacava intensamente a nossa nave. Um ataque calculado, intensivo, violento, ameaçador. Quem estaria no nosso encalço? Os terrestres com certeza não, eles não tem tecnologia para navegar a cem vezes a velocidade da luz, era o que constava no compudator de bordo.
Quem seriam então os intrusos? Cientistas? Filósofos? ETs? Ora, em Aquarius não existem filósofos, pois Aquarius é a própria filosofia, a nave mãe, Cientistas? Os nossos cientistas trabalham com programas previamente estabelecidos, o que, não é nosso caso – Rota: Aquarius- Terra.
Sobrou para os ETs, ora, nós temos um pacto com os ETs, por que estes iriam quebrar um pacto antigo e aceito, feito ainda no nosso processo existencial e que nunca foi violado por nenhuma das partes para a sobrevivência nossa e deles.
Como, por lei, na estratosfera, nós já temos o direito de pensar, vez que já é território dos terráqueos. Senti a entrada de um novo pensamento, um pensamento forte e dirigido ao centro do córtex cerebral – Que ataque que nada! Tudo isto é tão somente o lixo espacial deixado pelos humanos.
Lixo espacial
-Sim com Certeza
Alguma dúvida
-Todas
Alguma certeza
-Nenhuma
Mas é assim que a coisa funciona.
*Professor –Aurora – Ceará
FONTE: http://culturanocariri.blogspot.com/search?q=Luiz+Domingos+de+Luna